quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Sobre a brevidade da vida

Soundtrack: Going to a Town - Rufus Wainwright

Eu tenho um problema com o futuro, coisa de estrutura psicológica mesmo. Quando via anúncios de vendas de apartamentos, em que o futuro dono teria que ficar uns 10 anos pagando por ele, eu pensava: "Porra, mas eu nem sei se vou estar vivo daqui a dez anos!!!".

Já percebi que isso é uma falha minha, como disse, coisa de estrutura neurótica obsessiva que não consegue viver em sua plenitude sem ter garantias para tal. Mas as coisas tem mudado, e já estou me acostumando com a idéia de que eu posso não estar vivo amanhã, o que não me impede de continuar vivendo o hoje.

Mas se tem uma coisa que eu ainda não gosto é ficar fazendo planos com o que ainda não está certo. É crença minha, superstição boba, mas que toda vez que eu tento sair, acontece algo que me prende a ela. Eu acho que todas as coisas que já estão certas, tem grande chances de darem errado. Já vi isso em sala de aula também, falando de estresse, eu acho, das formas que as pessoas encontram pra enfrentar certas situações. Tem uma que, lembro-me bem de Jeane falando, a pessoa simplesmente prefere esperar pelo pior, porque o que vier de bom é lucro, e se nada de bom vier, já estava esperando por isso. Simplesmente Olavo cuspido e escarrado.

Também sei que isso não é bom. Uma coisa interessante em fazer psicologia (e que grande parte das pessoas que não fazem acham que é o contrário), é que durante os cinco anos de curso você irá se deparar com várias características suas, em materias totalmente diferentes, até mesmo opostas, e que isso tudo junto, lá pelo 5º semestre, irá te chacoalhar de uma forma que, sendo popular, ou você dá, ou desce. Até porque os vários "porques" e os "como melhorar isso?" você não encontrará na faculdade.

Mas mesmo sabendo que ver as situações desta maneira não é o ideal, eu ainda prefiro continuar assim. Porque me machuca muito ter algo hoje, dormir feliz pensando em uma conquista, e no outro dia, pela simples e bela instabilidade da vida, ter que desmanchar todo um sonho construído em um dia por duas mentes infantis e esperançosas. Por mais que a guerra ainda não esteja perdida, o gostinho da possibilidade da derrota, depois de experimentar a possibilidade da vitória, é mais difícil de se assimilar.

2 comentários:

Paulo Henrique Basto disse...

Easy, easy.

Nani disse...

Velho, pq vc escreve tão pra mim hein?! kkkkkkkkk... Como eu sempre digo (já tá enjoativo, até :p), muitas ressonâncias!!! :] E lembro sim de Jeane falando isso!!

O que posso dizer é: conta comigo, companheiro obssessivo!! ;)

Beijinho Olavinho!