sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Portuguesa-Tietê

Hoje estava com uns amigos de Salvador no Shopping Frei Caneca quando vi um homem com dois furões no braço, um em cada, fazendo sucesso com a mulherada (como se fosse o público alvo dele). Disso fiz um comentário do tipo: "Bom, tem gente que usa bebês/crianças, outros cachorros e, obviamente, existem aqueles que apelam pelos furões".

Bom, estava no Metrô, em direção à minha casa, quando descobri um novo catalisador de olhares: livros sobre/de Freud. Não é que o cara ainda chama a atenção mais de cem anos depois?? Obviamente que, nesta leva de olhares, muitos foram somente para o livro, na eterna curiosidade "que porra esse cara fala de mim, hein?", e tantos outros, porventura, foram também direcionados para o leitor do livro. Mas o mais engraçado foi um caso em especial.

Quase no meio do caminho, sentido Ana Rosa - Santana, entra um rapaz, aparentando uns 23 anos, (não sou muito bom com estas coisas de idade), meio boyzinho esportivo com calça estilo Adidas e camiseta do mesmo estilo (também não sou muito detalhista, mesmo). O tal rapaz senta numa cadeira no banco que fica em sentido horizontal, no final do trem, divergindo assim do meu banco que fica em sentido vertical, na lateral do trem, possibilitando assim a visualização do mesmo caso virasse a cabeça 45º a direita. Pronto, cena recriada.

Depois do tumulto na troca de passageiros da estação, voltei a ler o livro, buscando me concentrar no que estava lendo. Depois de uns minutos percebo umas certas energias vindo em minha direção, e, olhando a minha volta, percebo que o tal rapaz estava soltando leves e discretos olhares para mim, vez ou outra. Percebida a origem dos olhares, tive meu momento "ah, legal, estou sendo cantado", e continuei a ler.

Pouco depois a estação do dito chegou, e o mesmo saiu logo que a porta abriu. Confesso que até pensei em dar aquela olhadinha, visando confirmar a suspeita deixada, mas deixei pra lá e continuei lendo. Mas as meninas que estavam do lado dele não deixaram, e olharam para o cara, e deram uma risadinha, seguida do seguinte comentário: "Você viu que ele estava olhando para a gente? Eu olhei pra ele quando ele saiu e ele estava olhando pra gente, mas quando percebeu que eu estava olhando, ele virou". E mais risadinhas.

Bom, nem precisei dar a olhadinha pra confirmar a suspeitas, elas confirmaram por mim. E como eu sempre digo pra meus amigos: "Cada um vê o que quer".

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